Por um país
de pedra e vento duro
Por um país
de luz perfeita e clara
Pelo negro
da terra e pelo branco do muro
Pelos rostos
de silêncio e de paciência
Que a
miséria longamente desenhou
Rente aos
ossos com toda a exactidão
Do longo
relatório irrecusável
E pelos
rostos iguais ao sol e ao vento
E pela
limpidez das tão amadas
Palavras
sempre ditas com paixão
Pela cor e
pelo peso das palavras
Pelo
concreto silêncio limpo das palavras
Donde se
erguem as coisas nomeadas
Pela nudez
das palavras deslumbradas
- Pedra rio
vento casa
Pranto dia
canto alento
Espaço raiz
e água
Ó minha
pátria e meu centro
Me dói a lua
me soluça o mar
E o exílio
se inscreve em pleno tempo.
(Sophia de
Mello Breyner faleceu faz hoje 9 anos)
Também em Sophia a pátria é um lugar de exílio.
ResponderEliminarAbraço