Alvorada
A alvorada
lembra um linho sem mancha,
aparando a
orvalhada.
Há
musselinas, contas claras de miçanga
entre as
folhas frescas do pomar.
Na meia-luz
trêmula, qualquer cousa espera.
O jardim
ajoelhou, num misticismo doce.
Incensórios
de corolas, folhas que fossem
lábios de
seiva, murmurando em prece…
No linho
puro, sob o altar da alvorada,
é a missa
eterna.
Passarinhos,
campainhas vivas...
Toda a
alvorada religiosa
adora a luz
na lenta elevação do sol.
(poeta
gaúcho falecido faz hoje 43 anos)
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