Ruína
Sem
encontrar-se.
Viajante
pelo seu próprio torso branco.
Assim ia o
ar.
Logo se viu
que a lua
era uma
caveira de cavalo
e o ar uma
maçã escura.
Detrás da
janela,
com látegos
e luzes se sentia
a luta da
areia contra a água.
Eu vi
chegarem as ervas
e lhes
lancei um cordeiro que balia
sob seus
dentezinhos e lancetas.
Voava dentro
de uma gota
a casca de
pluma e celulóide
da primeira
pomba.
As nuvens,
em manada,
ficaram
adormecidas contemplando
o duelo das
rochas contra a aurora.
Vêm as
ervas, filho;
já soam suas
espadas de saliva
pelo céu
vazio.
Minha mão, amor.
As ervas!
Pelos
cristais partidos da morada
o sangue
desatou suas cabeleiras.
Tu somente e
eu ficamos;
prepara teu
esqueleto para o ar.
Eu só e tu
ficamos.
Prepara teu
esqueleto;
é preciso ir
buscar depressa, amor, depressa,
nosso perfil
sem sonho.
(poeta
andaluz nascido faz hoje 115 anos)
Poesia de combate
ResponderEliminarAbraço
Dolorosamente belo.
ResponderEliminarAbraço