O ESPELHO
Embrenhei-me
na selva dos sentidos
à procura de
um espelho
que me
ofertasse paz e poesia
em ninho de
tempo oculto.
Espelho só
meu
sem mancha
ou distorções
puro brunido
ensimesmado,
de ver-me
todo num bater de pálpebra,
a realidade
numa só figura.
Procurei-o
na terra do sem-fim
remota e
noturna
onde tudo o
que há principia.
Procurei-o
nos desvãos das matas,
oculto sob
as pérolas do orvalho
no filete de
água que murmura
antecipando
o reboar do oceano.
Procurei-o
no sol, nas nuvens,
no vôo
errante das aves
na terra
gorda que tudo absorve,
nas teias,
nos ninhos, nas colmeias.
E o espelho
foi surgindo no meu peito
à medida da
angústia e da procura,
espelho
igual aos demais espelhos.
(escritor
paulista falecido faz hoje 7 anos)
Tudo se conquista
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