Meu país
desgraçado
Meu país
desgraçado!...
E no entanto
há Sol a cada canto
e não há Mar
tão lindo noutro lado.
Nem há céu
mais alegre do que o nosso,
Nem
pássaros, nem águas…
Meu país
desgraçado!...
Por que
fatal engano?
Que
malévolos crimes
teus
direitos de berço violaram?
Meu Povo
de cabeça
pendida, mãos caídas,
de olhos sem
fé
- busca,
dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da
miséria se te esconde.
E em nome
dos direitos
que te deram
a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem
dó
com o lume
do teu antigo olhar.
Alevanta-te,
Povo!
Ah!, visses
tu, nos olhos das mulheres,
a calada
censura
que te
reclama filhos mais robustos!
Povo anémico
e triste,
meu Pedro
Sem sem forças, sem haveres!
- olha a
censura muda das mulheres!
Vai-te de
novo ao Mar!
Reganha tuas
barcas, tuas forças
e o direito
de amar e fecundar
as que só
por Amor te não desprezam!
(Sebastião
da Gama nasceu faz hoje 89 anos)
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