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sexta-feira, abril 12, 2013

A FLOR DA CHUVA...

... e a flor da chuva no capim
tem mais perfume

abertas bem abertas estão as mãos
para abraçar esta manhã sem nuvens

ontem (não importa já o pôr-do-sol nas buganvílias)
ontem (murchas estão agora as flores
das coisas que eram coisas nada mais)
ontem havia medo até no caminhar das rolas sobre a areia.

A poesia de hoje é a voz do povo
todo o mundo  o mundo até de algum silêncio persistente
quer romper a mancha que da noite inda nos fala.

Oh admirável sangue a pulsar em cada estrela
o sol é negro e ilumina
a imensidão deste perfume
que nos traz a flor da chuva

o sol é negro e brilha dos vulcões
de cada peito independente.

Madrugada de fevereiro.

Sou angolano!


(escritor angolano que hoje faz 77 anos)

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