MONÓLOGO E
EXPLICAÇÃO
Mas não
puxei atrás a culatra,
não limpei o
óleo do cano,
dizem que a
guerra mata: a minha
desfez-me
logo à chegada.
Não houve
pois cercos, balas
que
demovessem este forçado.
Viram-no à
mesa com grandes livros,
com grandes
copos, grandes mãos aterradas.
Viram-no
mijar à noite nas tábuas
ou nas
poucas ervas meio rapadas.
Olhar os
morros, como se entendesse
o seu torpor
de terra plácida.
Folheando
uns papéis que sobraram
lembra-se
agora de haver muito frio.
Dizem que a
guerra passa: esta minha
passou-me
para os ossos e não sai.
(Fernando Assis
Pacheco nasceu faz hoje 76 anos)
Um grande poeta e um poema fantástico.
ResponderEliminarAbraço