No domingo à noite
As estrelas ao longe
A cidade maravilhosa
A escuridão claramente triste
Testemunhavam:
A fome.
Encarcerada nos escombros,
Nos corpos imunes –
Crianças, grávidas, velhos, desempregados –
Nas bactérias resistentes tanto quanto ao calor
Humano!
A Vigilância Sanitária diz:
“O calor descaracteriza o produto
não serve para a alimentação
humana”.
Humana?...
A Polícia tenta conter,
As lágrimas,
Diante das cinzas,
Dos miseráveis,
Superiores aos de Victor Hugo:
“Não tenho coragem de coibir”.
Irajá, Acari,
Vigilância, bactérias,
Cinzas, rebentos,
Polícia, alimentos,
Ceasa, o calor...
Artistas kafquianos?
O frio
De nossa desumanidade errática.
Juscelino Vieira
Mendes
(poeta paulista)
Este poema recordou-me que num jardim zoológico italiano os animais foram transferidos, porque as jaulas não tinham as condições necessárias...mas acabaram por ser ocupadas por sem - abrigo!
ResponderEliminarOnde irá parar esta desumana Humanidade?!
Saudações amigas