A mágoa é um
vício
A mágoa é um
vício, a ele volto
pelas
madeiras desta casa, as memórias
são mais que
os sinais pendurados
ao longo das
paredes, não descrevo
o que vejo.
O que sinto quase
está no
silêncio, deixa de ser tempo
o tempo da
noite, nos papéis
há desenhos
que o matam, pontos
ganhos,
contas de somar, fáceis
artimanhas
evitando as palavras. Nada
difere de
como ponho a mão na testa,
de como se
afasta o sol para trás
dos
castanheiros. Tento dizer
que sou como
vós, leves amantes
de suaves
lazeres, contradigo, desminto,
nada
acontece. Para o dia de hoje
um pequeno
esboço de tristeza, derrota
de cumprir,
tarefa de vencer, antes
da noite os
ombros, as rugas, terão
significado
preciso. Só o recomeço
será tempo
de sorrisos.
Helder Moura Pereira
(poeta
setubalense nascido a 7 de Janeiro de 1949)
Beijão, Lindão!
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