Recordar
Lembram
botões eléctricos os meus olhos.
Chego os
dedos a eles e carrego.
Acendem-se
de imagens. Fico cego...
Sinto que as
coisas morrem nos teus olhos.
Há entre mim
e a Noite um reposteiro.
Pressinto-o
no meu ao vê-lo. Ânsia perdida...
Eu próprio
às vezes julgo ser ponteiro
No relógio
que marca minha Vida.
E vejo a
minha infância ser de seda.
Ando com ela
ao colo pela alameda
é um eco de
mim em idas naves...
Cai-me na
cor do Outrora cinza preta.
E sinto o
meu passado na gaveta
Da cómoda a
que alguém perdeu as chaves.
(Alfredo
Guisado faleceu faz hoje 37 anos)
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