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sexta-feira, novembro 09, 2012

Retrato de Mulher Triste

Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.

Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.

Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.

Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.


(poetisa carioca falecida faz hoje 48 anos)

1 comentário:

  1. O poema é excelente

    mas não resisto
    a ver
    como desmando
    uma dona Merkel

    Desculpa o desaforo

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