O Medo
Ninguém me
roubará algumas coisas,
nem acerca
de elas saberei transigir;
um pequeno
morto morre eternamente
em qualquer
sítio de tudo isto.
É a sua
morte que eu vivo eternamente
quem quer
que eu seja e ele seja.
As minhas
palavras voltam eternamente a essa morte
como,
imóvel, ao coração de um fruto.
Serei capaz
de não ter
medo de nada,
nem de
algumas palavras juntas?
(Manuel
António Pina faria hoje 69 anos)
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