Jornal, longe
Que faremos destes jornais, com telegramas, notícias,
anúncios, fotografias, opiniões...?
Caem as folhas secas sobre os longos relatos de guerra:
e o sol empalidece suas letras infinitas.
Que faremos destes jornais, longe do mundo e dos homens?
Este recado de loucura perde o sentido entre a terra e o
céu.
De dia, lemos na flor que nasce e na abelha que voa;
de noite, nas grandes estrelas, e no aroma do campo
serenado.
Aqui, toda a vizinhança proclama convicta:
"Os jornais servem para fazer embrulhos".
E é uma das raras vezes em que todos estão de acordo.
(poetisa carioca nascida faz hoje 111 anos)
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