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sábado, outubro 27, 2012

Pastoral

Por ser tão leve o teu passar
Na estrada, à tarde, quando vens
De pôr o gado que não tens,
A pastar…

Por ser tão brando o teu sorrir,
Tão cheio de feliz regresso
Do longo prado, onde apeteço
Contigo ir…

Por ser tão breve o teu querer
Alguém que perto de ti passe
E, porque a tarde cai, te abrace.
Sem nada te dizer…

Por ser tão calmo o teu sonhar
Que já é tempo de não ter
Esse rebanho de pascer,
Mas outro de amamentar…

É que eu me perco no caminho
Do grande sonho sem janelas,
De estar contigo no moinho,
Sem o moleiro nem as velas.


(poeta português falecido faz hoje 63 anos)

2 comentários:

  1. Gostei do poema que não conhecia e deliciei-me com a voz potente de Milton Nascimento.

    Um bom fim de semana

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  2. Um belo Poema campestre.

    Abraço

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