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domingo, setembro 16, 2012

As Usinas

Desce o rio, lento, pesadão, molengo.

Mas, de repente,
se despenha no desespero do despenhadeiro.
É a cachoeira, a acachoar, zoando e retumbando no seio virgem da floresta virgem.

E, além, são as águas, que se refreiam,
                                   que se represam,
e é a luta esplêndida de mil cavalos imaginários
nos canos grossos,
nos tubos longos,
pelas turbinas adentro, - em turbilhão.

E, então, lá no alto, à luz do dia, apoteóticamente,
as fábricas gemem,
os teares cantam,
as serras guincham,

- e, à noite, como que num milagre, é a cidadela
toda esplendente de alampadários.

Henrique de Resende

(poeta mineiro falecido a 16 de Setembro de 1973)

1 comentário:

  1. Poema muito bem construído, com um ritmo febril e as aliterações que quase lhe dão som...
    Bom domingo:))))

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