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sexta-feira, maio 11, 2012

O Poeta e a Nau

 Vai errante, no Mar, uma nau sem governo...
O oceano é chão, o céu azul fundindo em aço...
As velas mortas... Nem sequer vento galerno
As vem inchar para dormir no seu regaço!...

Sobre o antigo convés pesa um velho cansaço,
E ou destino fatal ou maldição do inferno,
O mastro grande em vão aponta para o espaço...
- Sobre as ondas a nau é um cárcere eterno!

Dominando em redor, lá na gávea mais alta,
Um marujo, a cantar, fala do Além, e exalta
Um passado esplendor sobre a nau sepulcral...

“Porque o vento há-de vir aninhar-se nas velas!”
“Porque a nau voará, - tocará nas estrelas!...”
- O marujo é Poeta - e a nau... Portugal!


(poeta amantina nascido há 123 anos)

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