Exilado
Exilado por vezes bato à porta
do meu desterro: uma total mudez
configura nas frinchas a resposta -
a fechadura sem rodar imóvel,
extática a madeira sem ranger.
Torno a bater e doem já os ossos
da mão direita mas ainda ilesos
até que um som ligeiro se descobre
naquela névoa do silêncio e corre
obedecendo a súplice desejo.
Entrei - aberta a porta -: um rosto ameno
serenou-me nas chagas desalentos.
Depois finalizada a luz do dia
fez rechinar a porta
e eu saí.
(poeta albicastrense nascido a 20 de Fevereiro de 1936)
munta bom'
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