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sábado, janeiro 21, 2012

Vinha de noite o medo

Vinha de noite o medo, às horas mortas,
quando os cães só ladravam aos intrusos
e os homens se levavam dessas portas
que o fascismo rasgava com os seus usos.

Vinha de noite a infâmia, pela calada,
calando um povo triste, extenuado,
marcando com as grilhetas o seu fado...
até que a flor sorriu, de madrugada.

Vê como já nos rodam nos caixilhos
as portas que se irmanam das batentes
e tu, pobre país, premeias gentes
mas amordaças os teus próprios filhos.

Um rasgo todo à altura da parede;
a isto a minha porta se compara,
que o cravo do meu canto é manhã clara...
e a liberdade nunca é fome, ou sede.


(poeta algarvio nascido a 21 de Janeiro de 1959)

4 comentários:

  1. Um grito nde revolta, também do Algarve.
    Abraço
    bfs

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  2. Hoje vêm de dia, às claras e sem vergonha! Até um dia...

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  3. Excelente!

    Desejo que o meu amigo esteja bem, muita força.

    Beijinho solidário

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  4. O "rio" é tão democrata como os outros, aí se vê pelo pais adentro.
    Nós é que somos poucos, para a certeza de saber convencer como ter um "tempo melhor e mais justo".
    Belo o poema a sul.

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