Vinha de noite o medo
Vinha de noite o medo, às horas mortas,
quando os cães só ladravam aos intrusos
e os homens se levavam dessas portas
que o fascismo rasgava com os seus usos.
Vinha de noite a infâmia, pela calada,
calando um povo triste, extenuado,
marcando com as grilhetas o seu fado...
até que a flor sorriu, de madrugada.
Vê como já nos rodam nos caixilhos
as portas que se irmanam das batentes
e tu, pobre país, premeias gentes
mas amordaças os teus próprios filhos.
Um rasgo todo à altura da parede;
a isto a minha porta se compara,
que o cravo do meu canto é manhã clara...
e a liberdade nunca é fome, ou sede.
(poeta algarvio nascido a 21 de Janeiro de 1959)
Um grito nde revolta, também do Algarve.
ResponderEliminarAbraço
bfs
Hoje vêm de dia, às claras e sem vergonha! Até um dia...
ResponderEliminarExcelente!
ResponderEliminarDesejo que o meu amigo esteja bem, muita força.
Beijinho solidário
O "rio" é tão democrata como os outros, aí se vê pelo pais adentro.
ResponderEliminarNós é que somos poucos, para a certeza de saber convencer como ter um "tempo melhor e mais justo".
Belo o poema a sul.