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domingo, outubro 16, 2011



As mãos

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

(Adriano Correia de Oliveira faleceu a 16 de Outubro de 1982)

6 comentários:

  1. lino
    Tudo o que que tenha a ver com Adriano ou Zeca, mexe demais comigo.
    Obrigada por estes momentos, vou roubar-lhe esta data para o meu cantinho.
    Beijo e uma flor

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  2. Boa homenagem, a que me junto.

    Bem haja!

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  3. Se não estou em erro, o poema é da autoria de Manuel Alegre - in 'O Canto e as Armas'.
    cordiais saudações

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  4. Adriano é um dos nossos maiores.

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  5. A letra é de "O Canto e as Armas", mas aqui interessou-me apenas a música e a voz, já que o homenageado é o Adriano.

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  6. Uma das canções mais passadas na rádio a seguir ao 25 de Abril!

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