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quinta-feira, setembro 01, 2011

Ontem foi amanhã

Ontem foi amanhã
e já será hoje
quando eu caminhar
para trás,
no rumo do que deixei
e do que me largou.
No brilho da lembrança
de uma imagem qualquer,
a saudade de certo instante:
casas, ruas e ladeiras
escapam com o tempo,
que as cobre de pó.

Cada dia repete o anterior
de forma diferente;
irrepetível, toda hora
repete outras horas.
Do berço ao túmulo,
apenas o rio interminável
e o banho em suas águas
mesmas, conquanto mutantes.

A memória não imita
a cidade construída:
inventa a cidade mítica
e a funda novamente,
pedra sobre pedra,
sonho sobre sonho.

José Nêumanne Pinto

(poeta paraibense)

4 comentários:

  1. Interessante o seu modo de falar do tempo...

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  2. Ai, o tempo imutável e fugidio...

    Bom final de semana

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  3. Olá amigo Lino!

    Vim pôr a leitura em dia.

    Ainda bem que há poetas

    neste vale de lágrimas!

    Um forte abraço.

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