Ontem foi amanhã
Ontem foi amanhã
e já será hoje
quando eu caminhar
para trás,
no rumo do que deixei
e do que me largou.
No brilho da lembrança
de uma imagem qualquer,
a saudade de certo instante:
casas, ruas e ladeiras
escapam com o tempo,
que as cobre de pó.
Cada dia repete o anterior
de forma diferente;
irrepetível, toda hora
repete outras horas.
Do berço ao túmulo,
apenas o rio interminável
e o banho em suas águas
mesmas, conquanto mutantes.
A memória não imita
a cidade construída:
inventa a cidade mítica
e a funda novamente,
pedra sobre pedra,
sonho sobre sonho.
José Nêumanne Pinto
(poeta paraibense)
Vagarosos instantes
ResponderEliminarInteressante o seu modo de falar do tempo...
ResponderEliminarAi, o tempo imutável e fugidio...
ResponderEliminarBom final de semana
Olá amigo Lino!
ResponderEliminarVim pôr a leitura em dia.
Ainda bem que há poetas
neste vale de lágrimas!
Um forte abraço.