O Palácio da Ventura
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
(Antero de Quental faleceu a 11 de Setembro de 1891)
O grande Antero.
ResponderEliminarAs portas da desventura.
Abraço
O silêncio e escuridão são algo de sofrimento que por vezes faz sofrer nosso coração.
ResponderEliminarAbraço
grande soneto! grande Poeta.
ResponderEliminardesventurada morte.
Estive há pouquisssimo tempo no sítio onde se suicidou.
ResponderEliminarEste é um dos seus mais comoventes poemas, para mim.