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terça-feira, agosto 23, 2011

A PAZ

A alva pomba da paz voou aos céus serenos.

Embaixo homens se agitavam
entre gritos e tiros.

Paquidermes mecânicos
sulcavam fossos
rasgando trincheiras.

Cansada de librar-se nas alturas
a pomba da paz
buscou na terra um pouso
e flechou
num vôo reto
rumo a uma coisa imóvel
hirta e muda no raso campo verde.

E pousou
calma e triste
sobre as mãos cruzadas de um cadáver.


(poeta paulista falecido a 23 de Agosto de 1988)

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