Constatação
Chega um tempo em que as nuvens não te reconhecem.
Não digas nada.
Longe não deslindas um som que te freqüentava.
Não aguces os ouvidos.
Na gruta passam por ti como se te não vissem.
Não esfregues os olhos.
Caminhas pela campina e teus pés nada sentem.
Não troques de passo.
A palavra não é mais dita, apenas lida por outrem.
Não fales nada.
No universo transverso desse tempo
Na contramão de versos claudicantes
Ainda restam as mãos para o incêndio das horas.
(poeta amazonense falecido a 25 de Agosto de 2009)
deixa que a VIDA te escreva e ouvirás os sons das núvens...
ResponderEliminargostei muito.
abraços
Onde d43scobre poesia assim?
ResponderEliminarO meu grato abraço.
Lindíssimo!
ResponderEliminarBeijo.
Lino, você contribui mais para a literatura brasileira do que muitos críticos daqui.
ResponderEliminarObrigado.
Grande abraço,
Jorge