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quarta-feira, julho 13, 2011

Voz

essa voz sai de mim
como língua de fogo
voraz dragão sem espadas e jorges

essa voz sai de mim
como sangue
insensato vampiro de presas cortadas

essa voz sai de mim
como revoada de pombos
imensa  liberdade presa em mim

essa voz sai de mim
como despedida
ferida aberta de alguém que se vai

essa voz sai de mim
como um frio punhal
que nos corta  fundo e nos faz gritar

arrebenta garganta louca
farta-me de emoções
neste palco dia-a-dia
faço da música meu pincel
e dessa voz  minha  poesia

José Eustáquio da Silva

(poeta mineiro)

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