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sábado, julho 16, 2011

Que nojo  

Que nojo    São carcaças
de gente morta por dentro
Escondem mucos pegajosos
que empestam toda a paisagem

São abutres pelados são caraças
de olhos vítreos de intenção
são bostas de sangue e o centro
de onde mana a corrupção
Só nunca serão carrascos
porque lhes falta a coragem

O medo os faz silenciosos
pelas costas atrevidos
Movem-nos ódios e ascos
flatulências de ambição
pequeninos verrinosos
gordurosos retraídos

São fura-greves são espias
vaidosos de ser pisados
segregam epidemias
de vergonha    São repolhos
de gangrena engravatados
São piolhos são piolhos
são piolhos


(Mário Dionísio nasceu  em Lisboa a 16 de Julho de 1916)

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