O Semeador
Robusto semeador, quando semeias
O ventre maternal da terra, quando
A vais, de leira em leira, polvilhando
Do farto grão que espalhas às mancheias,
O sangue que circula em tuas veias
É a força ancestral do miserando
Servo da gleba, ó semeador, semeando
A paz, fecunda e livre, por que anseias.
Há séculos de fomes e canseiras
Que só colhes, das rudes sementeiras,
Despotismos e guerras pelo mundo...
E tu, na auréola de oiro que irradias,
Quanto mais sofres, tanto mais confias
No teu gesto pluvioso, amplo e fecundo!
(António de Macedo Papança, conde de Monsaraz, nasceu em Reguengos de Monsaraz a 18 de Julho de 1852)
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