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sexta-feira, abril 29, 2011


Plano

Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos, que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.


(Nuno Júdice nasceu a 29 de Abril de 1949)

2 comentários:

  1. Olá, amigo Lino!

    Como se deixa ver...

    os camaleões começaram a aparecer

    há mais de 30 anos...

    Mas de há uns 15 ou 20 para cá

    já não procuram o sol...

    Procuram o dinheiro!

    Forte abraço

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  2. sera que alguma vez mudara

    Bjinhos
    APula

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