Meditação Sobre os Poderes
Rubricavam os decretos, as folhas tristes
sobre a mesa dos seus poderes efémeros.
Queriam ser reis, czares, tantas coisas,
e rodeavam-se de pequenos corvos,
palradores e reverentes, dos que repetem:
és grande, ninguém te iguala, ninguém.
Repartiam entre si os tesouros e as dádivas,
murmurando forjadas confidências,
não amando ninguém, nada respeitando.
Encantavam-se com o eco liquefeito
das suas vozes comandando, decretando.
Banqueteavam-se com a pequenez
de tudo quanto julgavam ser grande,
com os quadros, com o fulgor novo-rico
das vénias e dos protocolos. Vinha a morte
e mostrava-lhes como tudo é fugaz
quando, humanamente, se está de passagem,
corpo em trânsito para lado nenhum.
Acabaram sempre a chorar sobre a miséria
dos seus títulos afundados na terra lamacenta.
José Jorge Letria
Olá, meu caro!
ResponderEliminarObrigado pelos seus votos
sobre ao meu livro.
Dizem-me que correu bem e que me vão
enviar um vídeo.
Depois coloco-o no blog.
Forte abraço
O eterno entusiasmo humano com o poder e a fortuna. Transitoriedade. Desaparecem de hora para outra!
ResponderEliminarÓtimo, Lino. O caminho é este mesmo.
Abraço,
Jorge
Pois, os poderes! :))
ResponderEliminarO José Jorge falará dos políticos portugueses... ou dos carrascos de Portugal?
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