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quarta-feira, agosto 25, 2010

Pretexto

Por que não cai a noite, de uma vez?
- Custa viver assim aos encontrões!
Já sei de cor os passos que me cercam,
o silêncio que pede pelas ruas,
e o desenho de todos os portões.

Por que não cai a noite, de uma vez?
- Irritam-me estas horas penduradas
como frutos maduros que não tombam.

(E dentro em mim, ninguém vem desfazer
o novelo das tardes enroladas.)


(Maria Alberta Meneres celebra hoje 80 anos)

4 comentários:

  1. Porque é 'tarde' mas ainda não é noite...
    Belo poema!

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  2. tardes que anseiam. madrugadas.

    magnifico poema.

    abraços

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Que magnífico esse poema!
    O cair da tarde, e não o seu despencar, é um processo lento, moroso, mas digno de registro e é uma oportunidade única de se aproveitar. Sozinho? A dois? Em grupo? Lá vai se saber!
    Cada um sabe do seu limite...

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