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terça-feira, julho 20, 2010

Merda quente e merda fria

Em finais dos anos sesenta, o grande poeta e romancista Charles Bukowski escreveu um artigo na coluna Escritos de um velho indecente de que era autor na revista contracultural Open City, no qual se refería aos dois principais candidatos às eleições presidenciais estado-unidenses de 1968: Richard Nixon, pelo Partido Republicano, e Hubert H. Humphrey, pelo Partido Demócrata. Entre muitas outras coisas, Bukowski dizia: “Que te dêem a oportunidade de escolher entre Nixon e Humphrey é como se te dessem a possibilidade de escolher entre comer merda quente ou comer merda fria”.

Se mudarmos o cenário estado-unidense de há quatro décadas para a actualidade portuguesa e substituirmos os nomes de Hurbert Humphrey e Richard Nixon pelos de José Sócrates e Pedro Passos Coelho ou, o que é quase o mesmo, pelos projectos políticos do PS e do PSD, teremos o mesmo menu que anunciava Bukowski para os Estados Unidos de 1968: prato único. Apenas varia a temperatura, servindo-se um quente e o outro frio, não se sabendo muito bem qual é o quente e qual é o frio.

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