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quinta-feira, junho 10, 2010

10 de Junho 

Olhos e carne a beber o verde-rubro
bandeira escancarada à emoção.

Vinho
(será ele o luso símbolo
ou o sangue que ferve e incendeia
este pendão?).

Saudade
mordendo feito bicho
feito tempo, feito chama.

Orgulho
raça amálgama de raças
cravos de abril rasgando a história
língua pátria outra para milhões

Camões
nem é preciso que o digas
nem compêndios, calendários ou cantigas
apenas o sangue a rugir em campanário
rubro lembrete
mais do que nunca hoje é dia
de sentir-se português.

Dalila Teles Veras*

*poetisa madeirense residente em São Paulo

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