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sexta-feira, setembro 18, 2009

Questões de deontologia No mesmo dia (ontem) em que o futuro ex-director do jornal do cavaquismo e ponta de lança da AIPAC em Portugal escrevia que o relatório da Comissão da ONU sobre os crimes de guerra cometidos pelos sionistas em Gaza não tinha credibilidade e que Israel tinha toda a razão em contestá-lo, o conceituado jornalista judeu Gideon Levy escrevia no jornal israelita Haaretz acerca do Juiz Richard Goldstone, líder da Comissão : ninguém pode seriamente dizer que Goldstone, um activo e ardente sionista, com profundas ligações a Israel, é um anti-semita. Isso seria ridículo. A sorte de JMF é que o ridículo não mata porque, se o fizesse, era caso para dizer que tem mais vidas do que um gato. Mas hoje acabou por quase cometer um suicídio em pelota quando, depois de ter sido totalmente despido de credibilidade pelas revelações do DN sobre as pretensas escutas a Belém, veio acusar o SIS e dizer que aquele jornal infringiu a deontologia profissional. Nos idos de 74/75 um grande crítico de televisão, infelizmente há muito desaparecido, baptizou de “vómito cor de rosa” um jornal impresso nessa cor que, tendo sido uma importante arma de combate à ditadura, se transformou, depois de Abril, num jornaleco tomado de assalto pelos arautos da “revolução a todo o vapor”. Se fosse vivo, o que chamaria Mário Castrim ao Público de hoje? Creio que “vómito cor de laranja” seria a escolha mais plausível.

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