Noite
As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.
Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.
Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.
Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono um ensaio de morte.
No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente
Menotti Del Picchia*
*poeta paulista
lindissimo
ResponderEliminarJokas
Paula
Um pouco assustador mas, ainda assim, bastante bonito. No fundo, vivemos a vida a ensaiar a morte.
ResponderEliminarUm beijo.