Para quem continua - e eu ainda continuo - a dar o benefício da dúvida ao Presidente dos Estados Unidos, o discurso proferido hoje na Universidade do Cairo, perante uma plateia de mais de 3.000 convidados, merece ser lido com atenção.
O arrojado discurso, que materializou uma promessa de há quase dois anos de, se eleito Presidente, se dirigir aos muçulmanos a partir da capital de um país muçulmano, foi, talvez, o mais arriscado do seu ainda curto mandado e o orador reconheceu que os objectivos não seriam fáceis de alcançar.
Depois de se referir à longa duração das relações entre os Estados Unidos e os países muçulmanos (realçando que Marrocos foi o primeiro país a reconhecer os Estados Unidos) e à importância que os muçulmanos tiveram nas ciências, nas letras e nas artes, Obama enumerou as sete fontes de maior tensão que têm de ser encaradas em conjunto: a necessidade de confrontar o extremismo violento em todas as suas formas; a discussão da situação entre israelitas, palestinos e o mundo árabe; os direitos e responsabilidades das nações no que concerne ao armamento nuclear; a defesa da democracia no respeito pela cultura de cada povo; os direitos das mulheres; a liberdade e tolerância religiosas; o desenvolvimento económico.
Em cada uma e em todas as questões transparece uma diferença abissal entre o que agora é dito e o que era apregoado pelo seu antecessor.
Outro acontecimento de hoje a merecer atenção – se bem que, aqui, com muito cepticismo da minha parte, dados os antecedentes de quem escreve – é a coluna publicada no Times pelo Presidente de Israel e intitulada O tempo está maduro para acabar com o conflito israelo-árabe. Por entre um clima de crispação e de instilação do medo entre os israelitas - obrigados a 5 dias seguidos de simulações de ataques com mísseis de longo alcance carregados com armas químicas e biológicas - e perante declarações contraditórias do ministro dos Negócios Estrangeiros, que afirmou que atacar o Irão está fora de causa, e do ministro da Defesa, que disse que todas as opções estão em cima da mesa, se as palavras de Peres fossem sinceras poderia mesmo haver luz ao fundo do túnel.
Imagem: Stephen Crowley/The New York Times
Um novo começo que, esperemos, não vá dar no "velho" fim.
ResponderEliminarComovi-me ao ouvir as partes do discurso que passaram na tv. E olhe que eu não era uma Obamista.
ResponderEliminar:))
Faço votos para que este homem consiga desfazer muitas das asneiras crassas do seu antecessor... daí virá algum bem para todo o Mundo...
ResponderEliminarQue Deus o ajude.
Um grande abraço
Idaldina