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segunda-feira, março 16, 2009

Um poeta maldito António Botto morreu no Rio de Janeiro há 50 anos, na maior miséria, vítima de acidente de viação. Homossexual assumido desde muito cedo, foi afastado, por isso, da função pública, decidindo em 1947 emigrar para o Brasil, para fugir á homofobia do botas e companhia. Como está convicto Eduardo Pitta, que actualmente dirige a reedição da sua obra completa, se Botto tivesse nascido nos Estados Unidos ou na Inglaterra “seria hoje estudado em todas as universidades”. Por cá, foi privado do seu emprego, obrigado a fugir e esquecido durante longos anos. Anda vem... Anda vem..., porque te negas, Carne morena, toda perfume? Porque te calas, Porque esmoreces, Boca vermelha - rosa de lume? Se a luz do dia Te cobre de pejo, Esperemos a noite presos num beijo. Dá-me o infinito gozo De contigo adormecer Devagarinho, sentindo O aroma e o calor Da tua carne, meu amor! E ouve, mancebo alado: Entrega-te, sê contente! - Nem todo o prazer Tem vileza ou tem pecado! Anda, vem!... Dá-me o teu corpo Em troca dos meus desejos... Tenho saudades da vida! Tenho sede dos teus beijos! António Botto

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