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quarta-feira, dezembro 31, 2008

Os alvos “terroristas” Imagem do campo de refugiados da Jabalya, na Faixa de Gaza, onde se pode ver um “perigoso terrorista” palestino de palmo e meio, destinado, desde o momento da fecundação, a tentar “destruir” o estado judaico; com ele ao colo, vê-se outro “perigoso terrorista”, seu pai, rodeado por duas familiares velhotas, também elas “perigosas terroristas” apostadas, apesar da sua provecta idade, em parir centenas de outros “perigosos terroristas”, que vão tentar reclamar ao “povo eleito” os parcos palmos de terra e velhos casebres que os seus ancestrais possuíam de pleno direito antes de serem deles expulsos pelos ínclitos defensores da “civilização ocidental” no meio dos “bárbaros” do Médio Oriente. Pelo menos é isso que, através dos media de “referência” a soldo, nos quer fazer crer o governo sionista do estado de Israel, muito bem acolitado pelos governantes da União de além Atlântico e sua cúmplice de aquém Atlântico, entre os quais se conta um distinto ministro português mal amado e milhentos figurões, figuras, figurinhas e figurantes de idêntico jaez. Antes de fazerem figuras tristes, seria muito útil aos que vivem dos nossos impostos aprenderem alguma coisa de história para ficarem a saber que a existência da Faixa de Gaza é a prova viva e permanente das centenas de milhares de palestinos que perderam as suas terras e as suas casas, donde foram expulsos ou fugiram com terror da limpeza étnica levada a cabo por Israel há 60 anos, num momento em que uma onda de milhões de refugiados varria a Europa após a Segunda Guerra Mundial e uma mão cheia de árabes perseguidos e torturados por “irmãos” dos sobreviventes da barbárie nazi não importava muito a um mundo dito “civilizado” ainda atónito com o holocausto e a lamber as feridas dos seis anos da guerra mais destruidora de que há memória. É verdade que essa parte da história é branqueada e escondida o mais possível pelos “historiadores” do nosso “regime ocidental”, mas há suficientes Historiadores judeus com a coluna vertebral direita e cuja leitura apenas não abre os olhos a quem o não quer, por cegueira, comodismo ou conveniência. O conceituado jornalista Tariq Ali acabava a sua coluna de ontem no The Guardian, a propósito da situação em Gaza, com as seguintes palavras (ligeiramente adaptadas) de O Mercador de Veneza, de Shakespeare, para meditação dos cidadãos israelitas (e dos seus indefectíveis apoiantes, acrescento eu): "Eu sou palestino. Um palestino não tem olhos? Um palestino não tem mãos, órgãos, altura e peso, sentidos, afectos, paixões? Não é alimentado com a mesma comida, ferido com mesmas armas, sujeito às mesmas doenças, curado pelos mesmos meios, aquecido ou arrefecido no mesmo Inverno e no mesmo Verão, como o é um judeu? Se nos picais, nós não sangramos? Se nos fazeis cócegas, nós não nos rimos? Se nos envenenais, nós não morremos? Se nos fazeis mal, não podemos ripostar? Se nós somos iguais a vós em tudo o resto, vamos parecer-nos convosco também nisso… a vileza que me ensinaste, eu irei praticá-la; e isso vai ser duro mas será melhor a lição”. Nota: Para responder a um comentador lá de baixo, não tenho qualquer ódio a Israel, nem aos israelitas, nem a qualquer outro país ou povo. Já visitei Israel - onde fui muito bem tratado (e percebi a doutrinação anti-palestina desde o berço) - e dezenas de outros países, desde Hong Kong aos Estados Unidos, da Tailândia ao Brasil, passando pela Turquia, Polónia e quase todos os países da Europa Ocidental e onde fui menos bem tratado foi na Noruega, onde penso não voltar a menos que me veja obrigado por motivos profissionais ou familiares. Mas uma coisa é o povo israelita e outra o seus governantes sionistas. Como sempre, procuro informar-me nas mais diversas fontes e fazer a minha leitura dos acontecimentos. Os mesmos media que eu consulto estão ao dispor de toda a gente que os queira ler e não se contente em seguir a manada. Gosto de não andar nu, para poder dizer que quase todos os “nossos reis vão nus”.

3 comentários:

  1. E eu entupi... vinha desejar-te um feliz ano novo e PUM

    De qualquer forma vamos tentando, certo???
    Beijosssssssssssss

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  2. Perfeitamente sintonizados na análise que ambos fazemos, sem ódios seja a quem for, apenas solidários com mais estes "condenados da terra".
    Um abraço

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  3. FELIZ ANO NOVO…
    Beijinho infinito das nuvens

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