Contemplação de Apolo
Que sou eu para a poesia?
Um ser oblíquo
a contemplar o cais,
sem nunca ter partido?
Uma voz rouca
que já não canta;
que já não grita
contra a insensatez
de uma existência louca?
Um semideus;
que se consome;
que se consuma
a cada verso;
em cada verso;
sem o menor sentido?
Que sou eu para a Poesia;
senão este ruflar de asas
incendido nas palavras?
João Carlos Taveira*
*poeta brasileiro
No dia do seu 61º aniversário
Ou como o poeta contempla a poesia.
ResponderEliminarOlá Lino...
ResponderEliminarA poesia incendeia mesmo as palavras... às vezes tb as consome sem qualquer sentido...e as sente a consumir os sentidos...
e grita alto...
e, voa...
Mto boa escolha este poema
beijinhos das nuvens