How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.
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sábado, agosto 09, 2008
As palavras
As palavras saltitam, pululam,
estão soltas, sem amarras.
Palavras vivas.
Sons, movimentos, sentimentos.
Se não, estão
petrificadas,
feitas de letras
- arquiteturas banais.
As palavras não representam,
elas são,
estão além dos significados
- ou seria, mais, bem,
aquém?
Libertadas dos dicionários
pelos campos
pelas fábricas, pelos lugares
de sua gestação.
Originárias, necessárias.
Elas exercem um poder
tanto porque podemos com elas
apoderar-nos do mundo
(ou conhecer)
quanto elas nos governam
e orientam.
As palavras são a música
das coisas nomináveis;
as formas das coisas:
o próprio som
que elas emitem.
Podemos dar às palavras
o sentido que se queira
aprisiona-las em obras
de fina urdidura.
Mas nem sempre
-e felizmente –
as palavras levam à Razão,
vão ao imaginário
à beleza de sua condição:
as ondas equilibram o movimento
do mar, marmorizado nas palavras.
Podemos transformá-las
em textos decifráveis.
Esgarçá-las, montá-las
sobre uma superfície
limitante, e fria.
Não obstante, as palavras
estarão livres
vivificadas
quando poesia.
António Miranda*
*poeta brasileiro
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