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terça-feira, maio 20, 2008

Persistência recompensada


Óscar Pistorius é um jovem sul-africano de 21 anos, que nasceu com uma ausência congénita do perónio em ambas as pernas, o que fez com que, aos 11 meses de idade, as mesmas tivessem de ser amputadas a uma altura equidistante dos tornozelos e dos joelhos.

Entre os 11 e os 13 anos jogou ténis, pólo aquático e râguebi até que, após uma lesão grave num joelho, foi iniciado no atletismo enquanto se sujeitava a reabilitação e “nunca mais olhou para trás”.

Conhecido como “Blade Runner” e o “homem mais rápido sem pernas”, participou nos Jogos Paralímpicos de Verão de 2004, em Atenas, e nas mais variadas provas no seu país e no estrangeiro, incluindo provas para atletas não deficientes, a convite da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), tendo chegado a ganhar um Grande Prémio de 400 metros em Inglaterra, o qual lhe foi retirado por correr fora da sua linha.

Começou a acalentar o sonho de correr nos Jogos Olímpicos de Pequim até que, em Junho de 2007, a IAAF alterou as suas regras de competição para banir o uso de “qualquer aparelho técnico que incorpore fibras, rodas ou outros elementos que proporcionem ao seu utilizador uma vantagem sobre outro atleta que não use tal aparelho”.

Garantindo que as alterações não eram especificamente dirigidas a Oscar Pistorius, que usa próteses de fibras de carbono, a IAAF submeteu-o a dois meses de testes na Alemanha, tenho concluído, em Janeiro de 2008, que as suas próteses lhe davam “vantagens consideráveis sobre os atletas que não usavam próteses”, isto é, sobre aqueles que não têm qualquer deficiência. Decidiu, pois, a IAAF, que Óscar Pistorius não podia correr ao lado dos não deficientes.

O atleta não se conformou e recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto em Lausane, na Suiça, o qual acabou por lhe dar razão, abrindo o caminho para que ele tente obter os mínimos para representar o seu país. Mesmo que o não consiga, mais um preconceito foi ultrapassado. Se o conseguir, será o primeiro atleta amputado a participar nuns Jogos Olímpicos.

Mais informação e reacções aqui, onde existem ligações para uma meia dúzia de artigos sobre esta luta de um deficiente por um lugar entre os "normais".

5 comentários:

  1. Espero bem que consiga!
    Seria uma bela lição.

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  2. Também espero que consiga!
    Ab

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  3. Acho que vai conseguir, pois tem "pernas" para os mínimos.

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  4. Brilhante... uma lição de vida para todos nos

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