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sábado, abril 12, 2008

O Empolar dos Conflitos A maior parte dos conflitos são forjados, baseados em falsas suspeições ou exageram coisas sem importância. Umas vezes, a ira vem até nós, outras somos nós que vamos ao seu encontro. Nunca devemos invocar a ira e, mesmo quando ela surge, devemos afastá-la. Ninguém diz para si mesmo: «Já fiz ou poderei vir a fazer o que me está agora a causar ira»; ninguém tem em conta a intenção do autor, mas apenas o acto em si. Ora, é o autor que se deve ter em conta: teve ele intenção de fazer o que fez ou fê-lo sem querer, foi coagido ou estava enganado, seguiu o ódio ou procurou lucrar com o seu acto, fê-lo por sua conta ou prestou um serviço a alguém? A idade de quem errou e a sua situação devem ser ponderadas, para que saibamos se devemos suportar e perdoar a sua ofensa com benevolência ou com humildade. Coloquemo-nos no lugar daquele que nos suscita ira: então, percebemos que o que nos torna iracundos é uma má avaliação de nós mesmos e não queremos sofrer algo que nós próprios queremos fazer. Ninguém faz uma pausa: ora, a pausa é o maior remédio para a ira, ela permite que o fervor inicial diminua e que a névoa que obscurece a mente se dissipe ou se torne menos densa. Alguns impulsos que te agitavam por uma hora, não direi por um dia, desaparecerão totalmente; se sentirmos que este recurso não sortiu efeito, isso prova, pelo menos, que já estamos a obedecer à razão e não à ira. Cada vez que quiseres conhecer alguma coisa, confia-a ao tempo: é difícil discernir algo que esteja em movimento. Séneca, in 'Da Ira' Retirado daqui

3 comentários:

  1. Olá Lino... Grande verdade que a PAUSA É O grande remédio para mtos e grandes males... ajuda quer no auto conhecimento quer no discernimento ... deixa no ar uma certa paz.
    Engraçado que comprei Senéca da colecção grandes pensadores que está a sair agora...
    Beijinhos das nuvens

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  2. Sim! A pausa é necessária. Só que por vezes é muito dificil contar até dez, antes de...

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  3. A capacidade de parar para reflectir, sim... urge!
    Como é urgente a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, olhar com a perspectiva do Outro!
    Há uma ideia, de outro grande nome do saber e do conhecimento, Martin Bubber, que sempre olhava ao "Ver" do Outro e que sempre ponderou a perspectiva de todos antes de uma qualquer "decisão".
    Escreveu então, mais ou menos assim: não me irão pedir contas por não ter sido Martin Luther King ou Madre Teresa de Calcutá... pedir-me-ão contas se eu não tiver sido plenamente M. Bubber.

    Temos de Ser, Ser plena e absolutamente. Ser para Estar em nós e sempre Com o Outro.

    Se nos déssemos tempo se, a cada um dos que fazem caminhos connosco, déssemos tempo... se nos dessem tempo... Cresceríamos todos melhor, poderíamos, profundamente, ser bem melhores e, desse modo, a Vida toda far-se-ía com melhores cores!

    A ira mora, escondida, por aí.
    e, A Paz, é "coisa" tão simples... e, de tão simples, tão distante que nos fica.

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