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quarta-feira, março 26, 2008

O epitáfio


Gregory Nunzio Corso, nascido em 26 de Março de 1930, foi o mais novo dos quatro membros mais importantes da chamada Beat Generation (com Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs) e o primeiro a ter obra publicada.

Natural de Greenwich Village, nos Estados Unidos da América, a mãe, com 16 anos à data do seu nascimento, natural da Itália e emigrada para os Estados Unidos aos 9 anos de idade, deixou a família um ano mais tarde e regressou a Itália. Como consequência, Gregory passou a infância em orfanatos e casas de acolhimento.

Quando tinha 11 anos, o pai voltou a casar e Gregory, embora tivesse passado a viver com ele, fugiu por várias vezes, até que foi enviado para uma casa de acolhimento para jovens, da qual também fugiu.

Com 17 anos, foi condenado, por roubo, a 3 anos de prisão, passados na Cadeia Estadual de máxima segurança de Clinton, onde foi um ávido leitor da livraria da prisão e onde começou a escrever poesia..

Após ser libertado, em 1949, regressou a Nova Iorque, onde conheceu Allen Ginsberg que o apresentou - e à sua poesia – aos outros membros da cena literária Beat.

O seu primeiro livro foi "The Vestal Lady on Brattle and Other Poems» (1955), seguindo-se «Gasoline» (1958) e «Bomb» (1958) ou o famoso «Long Live Man» (1962), entre muitos outros.

Poeta carismático, tornando sérios acontecimentos artísticos os seus recitais em bares ou universidades do seu país, a sua obra, expoente da denúncia social do seu grupo literário, destila sátira e sarcasmo, com os quais zurze os mais diversos aspectos da vida quotidiana dos Estados Unidos, não sendo por acaso que Ginsberg o chamou de “o maior poeta da América”.

Último moicano da Beat Generation - Kerouac morreu em 1969, Ginsberg e Burroughs em 1997 – faleceu no Minnesota, de cancro da próstata, em 17 de Janeiro de 2001.

De acordo com a sua vontade, as suas cinzas foram depositadas junto do túmulo da poetisa inglesa Percy Bysshe Shelley, no Cemitério Protestante de Roma, com um epitáfio escrito por ele próprio:

Spirit
is Life
It flows thru
the death of me
endlessly
like a river
unafraid
of becoming
the sea

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