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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Biocombustíveis, BP-Berkeley e imperialismo ecológico Hannah Holleman e Rebecca Clausen são duas doutorandas da Universidade de Oregon, EUA. que, no passado dia 15 de Janeiro, publicaram, na Monthly Review Magazine, um artigo intitulado Biofuels, BP-Berkeley, and the New Ecological Imperialism, cuja leitura é deveras informativa. Margarida Ferreira, da Tlaxcala, rede de tradutores pela diversidade linguística, fez uma boa tradução para português, que pode ser encontrada no sítio da rede. Para aguçar o apetite, aqui fica o primeiro parágrafo: British Petroleum, Beyond Petroleum ... Biofuel Promoter, Biosphere Plunderer. [Petróleo Britânico, Bem longe do Petróleo… Promotor dos Biocombustíveis, Pirata da Biosfera]. Independentemente de qual o significado actual da abreviatura da BP, uma coisa é certa: este gigante do petróleo reconhece um bom negócio à primeira vista. Em troca de uma contribuição financeira relativamente pequena, a BP apropria-se do saber académico duma importante instituição pública de investigação, alicerçada em 200 anos de apoio social, para maximizar o retorno dos seus investimentos na energia. Estes investimentos, por sua vez, estão concentrados sobretudo na promoção do mercado dos biocombustíveis, a actual coqueluche dos que detêm o poder e que estimulam a mudança enquanto mantêm o "negócio do costume". O que significa que são os trabalhadores no seio dos países desenvolvidos que vão subsidiar a extracção de bens ainda mais ecológicos nos países em desenvolvimento para saciar as elites, que nunca se importam em tirar a comida da boca das pessoas para encher de ouro as algibeiras. A socialização de custos para proveito económico privado não é um fenómeno novo no sistema capitalista. No entanto, este caso significa uma nova deformação na aliança entre ciência aviltada, imperialismo económico e sofisma do "desenvolvimento sustentado".

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