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sábado, dezembro 08, 2007

Horas rubras Horas profundas, lentas e caladas Feitas de beijos sensuais e ardentes, De noites de volúpia, noites quentes Onde há risos de virgens desmaiadas… Ouço as olaias rindo desgrenhadas… Tombam astros em fogo, astros dementes. E do luar os beijos languescentes São pedaços de prata p’las estradas… Os meus lábios são brancos como lagos… Os meus braços são leves como afagos, Vestiu-os o luar de sedas puras… Sou chama e neve branca misteriosa… E sou talvez, na noite voluptuosa, Ó meu Poeta, o beijo que procuras! Florbela Espanca* *no aniversário do nascimento e morte

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