Música
Nas mãos que harpejam, ferem, desmancham
no silêncio noturno o frio teclado
- de onde arrancam as notas, o eco -
escutei o destino, insistente chamado.
Pelas mãos desarmadas de espadas e foices
senti sobre a pele o toque encantado
daquilo que ecoa em calado sussurro.
Ouço as vozes e o que é falado.
Mãos me libertam da cegueira eterna
da massa, do mundo desacordado.
Abraço as sombras de acordes que soam.
Quem fala é a música. Insistente é o chamado.
Adrianne Fontoura*
*poetisa brasileira
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