How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.
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terça-feira, maio 08, 2007
A imposição do poema
Dissimulado,
o poema se impõe:
aceso o coração,
iluminada a rua,
o poema dá as caras
nas frestas da janela,
põe as manguinhas de fora,
cospe no prato
e, atrevido,
vai realizando,
meio tonto, meio sonso,
sua esfinge de cal,
sua natureza de vento,
sua estrutura de nada.
Inútil, o poema
compõe disfarces:
armada a cilada,
preparado o bote,
o poema primeiro dorme,
descansa seu corpo
de éter, sua alquimia,
na primeira pedra,
ao menor descuido,
para depois,
ágil e confiante,
estabelecer-se inteiro
na superfície rasa
do papel vencido.
João Carlos Taveira
(afixado em São Lourenço - Minas Gerais)
Visão estranha da poesia, mas subtil quanto baste para nos deixar a pensar.
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