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quinta-feira, abril 19, 2007

Lord Byron


George Gordon Byron, sexto Lord Byron, falecido em Missolonghi, na Grécia, a 19 de Abril de 1824, apenas com 36 anos de idade, foi um poeta inglês, considerado um dos escritores mais versáteis e importantes do Romantismo. A sua fama não advém, apenas, da sua escrita, mas também da sua vida repleta de escândalos, como por exemplo as suas numerosas amantes, dívidas e acusações de incesto e sodomia.

Escritor prolífico, publicou o seu primeiro livro de poesia, Horas de Ócio, aos 19 anos, o qual não foi muito bem recebido pela crítica. Aos 21 anos ingressou na Câmara dos Lordes e, em seguida, empreendeu uma viagem de 2 anos por vários países da Europa, entre os quais Portugal, Espanha, Albânia, Malta e Grécia.

A sua passagem por Portugal foi marcada por um infortúnio amoroso causado por um marido ciumento, o que, segundo biógrafos seus, está na origem das depreciativas referências que faz, não só a Portugal mas também aos Portugueses, numa das sua obras primas A Peregrinação de Childe Harold.

De regresso a Inglaterra, em 1812, publicou os dois primeiros cantos de A Peregrinação de Childe Harold, uma espécie de diário poético que revela os seus estados de alma. Este poema obteve êxito estrondoso e tornou famoso Lord Byron, tanto pela sua forma de cultivar o oriental e o exótico como pela sua meditação filosófica de ordem romântica. Nele, o poeta apresenta-se a si mesmo como um característico filho do seu tempo, um janota misterioso e homem fatal para si mesmo e para os outros. Os terceiro, quarto e quinto cantos serão escritos, entre 1816 e 1818, em Itália, onde continua a sua vida caracterizada pelo escândalo e pelo abuso do álcool.

Entre 1818 e 1824 escreveu a outra sua obra prima, embora inacabada, Don Juan, obra satírica em tom burlesco. Em 1833, 9 anos após a sua morte, o seu editor publicou 17 volumes de toda a sua obra, incluindo a biografía de Thomas Moore. Don Juan, em 17 cantos, foi um dos mais importantes grandes poemas publicados em Inglaterra, depois de O Paraíso Perdido, de John Milton. Don Juan teve influência a nível social, político, literário e ideológico e serviu de inspiração para os autores vitorianos.

Foi admirado por muitos dos seus contemporâneos , como Goethe, e pelas gerações seguintes, como Edgar Allan Poe.

Soneto de Chillon

Alma eterna da mente sem cadeias!
De mais brilho em masmorras. Liberdade!
Pois lá é o coração a tua herdade -
Ela a quem só por ti o amor enleia;

E quando acorrentados ao relento
Teus filhos em grilhões, cela sombria,
Sua terras conquistam na agonia
E a Liberdade acha asa em cada vento.

Chillon! tua prisão é um santo espaço
E, altar, teu solo triste - pois pisado,
Até que o próprio andar deixasse um traço

Gasto, tal fosse o chão frio um relvado,
Por Bonnivard! Não sumam esses passos!
A tirania, a Deus, têm revelado.


Lord Byron

(tradução de José Lino Grünewald)

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