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terça-feira, março 06, 2007

Vieira da Silva:

Há 15 anos, no dia 6 de Março de 1992, a cultura portuguesa ficou mais pobre com a morte, em Paris, de Maria Helena Vieira da Silva.

Nascida em Lisboa em 1908, Vieira da Silva foi para Paris em 1928, onde conheceu Árpád Szenes, com quem veio a casar em 1930 perdendo, assim, a nacionalidade portuguesa, embora nunca tenha deixado de vir a Portugal, onde tinha um atelier.

Em 1939, após o começo da segunda guerra mundial, o casal resolveu regressar a Portugal e a Lisboa, onde se preparava a Exposição do Mundo Português. Durante a estadia no País, a pintora, já então uma artista conhecida, decidiu pedir que lhe fosse devolvida a nacionalidade portuguesa. Mas a tacanhez do ditador de turno não lhe permitia ligar às artes. Casada com um húngaro, para mais judeu? A nacionalidade foi-lhe recusada e um quadro que lhe tinha sido encomendado pelo Estado para a Exposição também não foi aceite. O país onde nasceu não a quis.


Decidiu partir com o marido para o Brasil, onde a vida não foi fácil nos primeiros tempos. Aí recebia as notícias da guerra na Europa e pintou o quadro ao lado, a que deu o nome de “O Desastre” . Em 1945, já com nome feito no Brasil e com uma exposição em Nova Iorque, regressou a Paris e tornou-se reconhecida internacionalmente. Em 1956 foi naturalizada francesa, por iniciativa do próprio Estado francês.

Em 1983 aceitou o convite para realizar um painel de azulejos para uma nova estação do metropolitano de Lisboa ( Cidade Universitária), a que se seguiria um outro para a estação do Rato. Ainda durante a sua vida (1990) teve tempo para ver ser criada, em Lisboa, a Fundação Árpád Szenes – Vieira da Silva.

2 comentários:

  1. Apesar de tudo, é gratificante verificar que Portugal lhe deu o destaque e honra merecidos antes de desaparecer, o que, convenhamos, neste país não é lá muito comum.
    abraço

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  2. Anónimo6/3/07 10:56

    Adoro os trabalhos de Vieira da Silva.
    Gostei muito do texto que aqui colocou.
    Abraço!

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