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segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Soneto de Carnaval Distante o meu amor, se me afigura O amor como um patético tormento Pensar nele é morrer de desventura Não pensar é matar meu pensamento Seu mais doce desejo se amargura Todo o instante perdido é um sofrimento Cada beijo lembrando uma tortura Um ciúme do próprio ciumento. E vivemos partindo, ela de mim E eu dela, enquanto breves vão-se os anos Para a grande partida que há no fim De toda a vida e todo o amor humanos: Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo Que se um fica o outro parte a redimi-lo. Vinicius de Moraes

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