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terça-feira, fevereiro 13, 2007

Relatório Minoritário? Quando, em 2002, Steven Spielberg situou a acção do filme Minority Report na Washington de 2054, não imaginava que, muitas vezes, a realidade pode ultrapassar a ficção. E muito menos tal terá ocorrido a Philip K. Dick quando, em 1956, publicou a novela que serviu de base ao filme. Mas está prestes a acontecer. Um grupo de cientistas ingleses e alemães (do Instituto Max Plank, do University College de Londres e da Universidade de Oxford) afirma que, pela primeira vez, conseguiu ler a intenção de uma pessoa, através da análise de padrões do cérebro em imagens de alta definição. Naturalmente, esta descoberta levanta sérias questões éticas, para as quais a humanidade tem de estar preparada. Como afirmou o coordenador do projecto, Prof. Jonh-Dylan Hayes, ao Guardian “estas técnicas estão a surgir e precisamos de um debate ético sobre as suas implicações, para que qualquer dia não sejamos surpreendidos, esmagados e apanhados em contra pé pelo que elas possam provocar. Deparar-nos-emos com elas dentro de poucos anos e devemos estar realmente preparados”. E acrescentou: “vemos o perigo de isto, um dia, se tornar obrigatório, mas temos de estar cientes de que, se o proibirmos, estaremos, também, a negar à pessoas que não irão cometer nenhum crime a possibilidade de provar a sua inocência”. Barbara Sahakian, Prof. de neuro-psicologia da Universidade de Cambridge disse ao mesmo jornal que o rápido avanço na área das neurociências obrigou os cientistas a criarem, no ano passado, a sua própria sociedade de neuro-ética para avaliar as ramificações da sua investigação. “Queremos tornar-nos numa sociedade tipo “Relatório Minoritário” onde previnamos crimes que talvez não venham a acontecer?”, perguntou. “Para algumas destas técnicas, é apenas uma questão de tempo. Muitos cientistas são muito cautelosos e dizem que não podemos falar em ler as mentes das pessoas, e isso é absolutamente verdade, neste momento; mas avançamos tão rapidamente que não levaremos muito tempo a ser capazes de dizer se alguém está a inventar uma história ou se alguém tenciona cometer um crime, com um certo grau de certeza”. Prevê-se que esta tecnologia traga, também, avanços no controlo, através do cérebro, de máquinas e computadores, permitindo às pessoas escrever nos computadores usando apenas o pensamento, bem como comandar cadeiras de rodas ou membros artificiais que responderão quando a pessoa imaginar que se está a mover. Para quem não leu a novela nem viu o filme, coloquei um resumo em comentários.

6 comentários:

  1. Minority Report é um conto de ficção científica escrito por Philip K. Dick e publicado em 1956. A narrativa tem lugar numa sociedade futurista onde os crimes de homicídio são prevenidos antes que eles ocorram, graças ao auxílio de indivíduos, conhecidos como precogs, que podem ver o futuro. Apesar das divergências entre o filme Minority Report (estrelado por Tom Cruise) e o conto, em ambos os casos a personagem principal é o líder (John Anderton) de uma divisão especial da polícia que evita os crimes previstos por um conjunto de três precogs. Subitamente, descobre que ele próprio será um assassino, o que o leva a tentar contrariar o seu «destino» traçado pelos precogs e, portanto, a pôr em causa o próprio sistema. Para o desenrolar da narrativa (quer no conto quer no filme) desempenha um papel fundamental a existência de «relatórios minoritários», isto é, o facto de a previsão de um dos precogs ser por vezes divergente da dos outros dois, o que abre a possibilidade de diversos futuros potenciais, recuperando parcialmente - mas não necessariamente, o que é uma das mais importantes diferenças entre conto e filme - a ideia de livre arbítrio que é posta em causa pela própria premissa da narrativa. Enquanto. no filme, John consegue provar a sua inocência e o laboratório é destruído e todos os presos libertados, na novela o máximo que John consegue do comandante da perseguição é que o deixe partir para um planeta exterior.

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  2. Interessante. No entanto se realmente conseguirem por em prática pode ser muito perigoso ao ponto de retirar toda a liberdade do Ser Humano.
    Abraço!

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  3. Pois pode e os cientistas estão conscientes disso. Daí a premência de um profundo debate ético, para não sermos apanhados desprevenidos. Por mim, vou ver se descubro a associação de que fala a Prof. Barbara.

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  4. Acreditar piamente que um maquina vai poder ler a nossa mente é acreditar que apesar de termos escolhas (porque perante um situação temos sempre uma escolha, sobre a qual reflectimos) a nossa escolha está já feita à partida... Então e o arrependimento? Pensar num crime não significa necessáriamente cometer o mesmo... Ou signifcará?
    O livre arbítrio é provávelmente aquilo que nos faz ter vontade de viver... Como no filme Matrix, em que a primeira versão se autodestruiu porque a perfeição não convence o ser humano... precisamos de ter uma noção de controlo

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  5. Convido-os a passarem nos meus Blogs, pois eu tenho mais outras informações para acrescentar a estas do prezado colega. Os Cientistas falam em prever crimes, mas crime maior é entrar na casa das pessoas sem autorização escrita. A Codificação dos pensamentos estão sendo praticadas ondas eletromagnéticas, por via rádio enviam até vozes, etc ...
    http://wwwrovian.blogspot.com;
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    Quero os vossos comentários, nos meus blogs.
    Abraços
    "Mara Vianna"

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